Além do óbvio

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Ontem escrevi aqui sobre a ameaça da eleição do Obama para o Brasil(leia: http://alemobvio.blogspot.com/2008/11/o-sonho-americano-uma-ameaa-ao-brasil.html), mas como nem tudo são rosas, o contrário também acontece: nem tudo é espinho. A conquista da Casa Branca pelos democratas, com um governo de Barack Obama, Talvez mude o perfil de todas as relações internacionais dos Estados Unidos.

Obama parece disposto a negociar e encontrar os líderes e grupos que normalmente não têm apoio dos EUA. Ele teria uma posição mais suave em relação a Cuba, a Chávez, Morales. Nesta situação, Obama melhoraria as relações dos EUA com o Brasil, sem obrigar este importante aliado a ter nenhuma postura especifica, mas poderia negociar mais acordos, o que seria bom para os dois países.

Embora a distância ideológica entre democratas e republicanos seja sutil, a vitória de Barack Obama nas eleições presidenciais norte-americanas representa um novo ciclo na história dos Estados Unidos. O final melancólico do governo de George W. Bush é um legado de ausência de liderança ética, guerras sem motivo justo e uma das maiores crises econômicas do país.

É fundamental uma reação econômica dos Estados Unidos e a revisão de sua política externa, incluindo um ponto final na ocupação do Iraque, que já consumiu mais de US$ 700 bilhões, e um exercício mais eficaz e amplo de diplomacia, a começar pelo conflagrado Oriente Médio.

O Brasil deve aproveitar o início do governo Obama para discutir temas polêmicos, como a produção de etanol e dos bicombustíveis em geral, os subsídios agrícolas e as barreiras protecionistas a alguns de nossos produtos. O momento também é oportuno para se estabelecer cooperação mais estreita em questões importantes para os dois países e todo o continente americano, como a preservação da Amazônia e o combate ao tráfico internacional de drogas, ao contrabando e à pirataria.

Se a postura de Obama for mantida o Brasil poderá ganhar e muito, mas tem que se apressar em certos assuntos como o petróleo, para não se arrepender depois.

Uma oportunidade de um presidente aberto ao dialogo e que prometeu negociar a entrada do Brasil no G-8 (grupo dos 8 países mais importantes do mundo), não pode ser deixar passar para que, afirmo novamente, o sonho americano não se torne o pesadelo brasileiro.


Texto: Rafael Lindo

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