Além do óbvio

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Tirei umas fotos na minha maquina digital e queria imprimir para dar de presente a uns familiares, bem minha a qualidade da minha impressora em papel fotográfico não é muito boa, então fui “revelar” as fotos, fiquei muito surpreso, pois as lojas que eu normalmente revelava as fotos tinham estranhamente ”desaparecido”, outrora eram praticamente uma do lado da outra mas naquele momento percebi que era melhor voltar pra casa e imprimir em casa mesmo. Esse fato me fez refletir o que aconteceu com as empresas desse ramo em especial a Kodak que vem enfrentando a maior reestruturação da sua história.
A Kodak, por mais de 100 anos foi um dos símbolos do capitalismo americano e referencia em produtos de tecnologia ligados a fotografia, mas o erro de não acompanhar a tendência do mercado e querer impor seus produtos a qualquer preço fizeram ela ficar obsoleta no mercado.
A Kodak foi pioneira no ramo de tecnologia digital já que sempre investiu pesado em pesquisas tanto que ela foi a primeira a ter uma câmera digital em 1976, mas o medo de investir em novas tecnologias e não avaliar o produto como viável fizeram com que ela engavetasse o projeto.
A Kodak só despertou para essa nova tecnologia no ano de 2001, mas já era um tanto quanto tarde, PIS as suas concorrentes a HP já tinha dominado o ramo de maquinas digital e a XEROX o de impressão digital, para a Kodak só restou tentar recuperar espaço e para isso fez um plano de reestruturação grandioso que foi a redução de custos.
Demoliu 100 prédios do seu complexo com 220 prédios, demitiu 60.000 funcionários, nos últimos anos vem diminuindo a dependência dos produtos de fotografia tradicional, com uma boa imagem junto aos clientes conseguiu conquistar o mercado americano das câmeras digitais, investiu pesado em seu ramo de impressões com a ampliação e atualização da desses produtos, mudou a cultura da empresa tendo hoje em funcionários 60% do seu quadro de funcionários com menos de 3 anos.
A Kodak reagiu tarde demais, pois hoje a margem de venda das câmeras digitais é baixíssima, o que mesmo ela sendo líder do mercado não da a ela o fôlego necessário pra se recuperar e ser grande referencia no ramo novamente. Seu principal erro foi se acomodar e olhar só para dentro de sua estrutura ela não levou em consideração as necessidades dos consumidores e isso fez com ela ficasse em inércia a ponto de ver novas empresas nascerem e dominarem “seu mercado” de mãos atadas. A liderança do mercado, os altos lucros que tinha no passado deram a ela uma comodidade que quase a levou a ruína. Agora com um plano de ação e planejamento estratégico tenta voltar a ser o que era antes.
Se vai conseguir voltar a ser “O grande pai Amarelo - The Big Yellow Father,” como é conhecida na sua cidade de origem, só o tempo dirá, mas uma coisa é certa ela está a caminho.


Texto: Rafael Lindo